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Pecuária

Mexilhão é visto como ingresso para a piscicultura no Brasil

Mexilhão é um dos tipos de molusco mais populares do mundo

O mexilhão é um tipo de molusco muito apreciado na culinária de diversos países no mundo. Este animal é caracterizado pelo seu casco azulado e o corpo mole alongado. A maior parte das espécies são nativas de água salgada e podem se adaptar em diversos tipos de ambientes, tanto em termos de temperatura como no nível do sal. Outro ponto importante é em questão da facilidade de cultivo; em razão disso, o cultura de mexilhões é considerada uma renda fácil para os que buscam lucrar com pouco investimento. Em grande parte do país é possível cultivar mexilhões sem muitas dificuldades no manejo.

O consumo do mexilhão não é tão usual quanto o da carne bovina por conta da cultura culinária brasileira;  entretanto, o molusco é saboroso e muito conhecido pela carne com baixo teor de gordura. Apesar do animal ser de fácil manejo no cultivo e um negócio de baixo custo, ele é também visto como uma praga para outras culturas marinhas, como é o da piscicultura. A presença dos mexilhões nas redes de pesca e criação de pescado fazem com o que ambiente não seja adequado para os peixes, e portanto, pode agregar prejuízos para o produtor.

Mas afinal, quem é o mexilhão?

O mexilhão é a nomenclatura utilizada para denominar diversas espécies de molúsculos bivalves, ou seja, os quais contém conchas. A maior característica deste filo são suas conchas de cor azul escuro. São cultivados, muitas vezes, no litoral ou em zonas rochosas de água gelada. Embora espécies marinhas estão contidas em grupos filogeneticamente diferentes, elas têm como característica em comum a presença de conchas de caráter alongado e assimétrico.

O local de mais produção deste animal no Brasil está concentrado no litoral Sul, mais especificamente do Rio Grande do Sul até o Pará. O rico ecossistema marinho que os mares brasileiros abrangem são de grande ajuda para quem deseja iniciar este tipo de cultura. Além disso, as espécies são bem adaptativas ao clima brasileiro e são capazes de serem criadas em toda costa brasileira sem qualquer tipo de restrição tanto sobre o clima quanto sobre a salinidade da água.

O tipo de alimentação deste animal é bastante limitado, pois ele apenas retira da água os nutrientes que necessita para sua sobrevivência. Além disso, em caso de criação em tanques, é importante que o produtor se atente para o acúmulo de metais de caráter pesado.

Introdução do mexilhão no Brasil

A espécie de mexilhão pioneira no litoral brasileiro foi a ‘Perna Perna’; os estudos apontam que este molusco chegou no país em mais de 400 anos atrás por meio dos navios portugueses. Até alguns anos atrás o consumo do mexilhão era proibido em muitos estados brasileiros, pois a espécie era considerada exótica. Esta raça de mexilhão é comumente encontrada no litoral, em especial em Santa Catarina e no Espírito Santo.

Entretanto, seu consumo acabou se popularizando tanto pela facilidade de produção como pelo baixo preço relacionado com este fator. O molusco rendem menos que um peixe apesar de ser apreciado por inteiro em refeições. O frescor do molusco se caracteriza pela maneira como foi criado, por exemplo, as condições da água do viveiro. Além disso, é considerado uma fonte de lipídio e com baixo teor de gorduras totais.

O mexilhão dourado

O mexilhão dourado é uma espécie de molusco relativamente nova no país, pois sua introdução aconteceu em 1998 em Porto Alegre na região Sul. Este animal é nativo da Ásia e sua fecundação acontece externamente por meio da produção de larvas livres. É caracterizado por ser capaz de se fixar em qualquer tipo de substrato e contém excelente capacidade de adaptação, tanto de temperatura como de salinidade.

A partir de 30 dias, os animais já podem medir 0,5 cm e começam a sua vida útil reprodutiva. A taxa de vida desses animais não ultrapassa os três anos. Eles são nativos de água doce, mas podem viver em água salgada sem muitas dificuldades. É mais conhecido como uma praga marinha, pois gruda nos cascos das embarcações frequentemente.

Este animal está muito presente na bacia do Paraná, Uruguai, Paraguai, entre outros. Além de ser pragas marinhas, eles também prejudicam a biodiversidade dos biomas brasileiros.

Qual a diferença entre o ostra e mexilhão

O termo ostra é utilizado para se referir à uma família de moluscos que se desenvolvem predominantemente em água salgada. Esta espécie pertence à ordem Ostreídea e entre as suas características principais, o corpo mole e a concha são as duas mais conhecidas.

No caso do mexilhão, eles também são reconhecidos pelas conchas, entretanto, elas são bem menores que as das ostras; assim como também contam um corpo mole e extenso.

Além disso, a concha do animal é revestida por músculos e capaz de proteger a ostra contra predadores; outra forma utilizada para se defender é a liberação de uma substância denominada de madrepérola. A ação deste líquido, quando liberado no pedrador, o impede de se reproduzir; após um tempo sendo maturada no organismo da ostra, se torna uma pérola.

Por outro lado, os mexilhões não são capazes de produzir pérolas e também não produzem substâncias para defesa contra predadores.

Como funciona uma criação de mexilhão

O cultivo dos mexilhões é muito procurado em razão do baixo custo para implantação. O início de uma maricultura no país não demanda a compra de alevinos, como no caso dos peixes, estes animais podem ser coletados de costões rochosos que são encontrados naturalmente. A maior parcela dos mexilhões são de água salgada, apesar de algumas espécies serem nativas de água doce.

É importante lembrar também que pelo fato de muitas das sementes para início da cultura são encontradas na natureza, podem ter espécies sem potencial para criação. Outro ponto importante para o produtor que deseja iniciar a criação em redes no mar ao invés de aquários, é estar atento para as demais criações próximas. Os moluscos podem sair do local de criação e migrar para outro com facilidade por conta do caráter migratório.

A condição da água em que o cultivo é destinado é muito importante. Em caso de cultivo em tanques, fazer o controle da temperatura e a limpeza do ambiente é fundamental, pois evita o acúmulo de sujeira e portanto, e demais bactérias. Assim como estar atento para o pH da água e a sua salinidade podem fazer com o que os animais se desenvolvam mais rapidamente.

A fixação é uma das etapas mais importantes na criação deste animais quando em mar aberto. Este processo estimula o crescimento dos mexilhões e acontece em duas etapas em cerca de oito meses.

A primeira etapa é por meio de substratos filamentosos, ou seja, o mesmo tipo de rede utilizado na piscicultura também pode servir para o desenvolvimento dos animais. Após este processo, os moluscos se deslocam para locais mais rígidos do tanque ou da rede e fazem a sua segunda e final fixação. O processo dura até que o molusco atinja entre sete até oito centímetros – tamanho comercial.

A alimentação do mexilhão

A alimentação dos mexilhões é simples, quando criados em mar aberto, não é necessário que o produtor forneça alimentos. Uma vez imersos na água eles a filtram para respiração e alimentos, como plânctons. O processo de reprodução também é simplificado e conta com o estímulo de uma mudança no ambiente.

A melhor época para os animais é nas estações de frente frias. Estas massas de ar conduzem a água e mudam a salinidade para melhor. Durante este período, é possível identificar os gêneros, as fêmeas apresentam coloração avermelhada e os machos são mais esbranquiçados.

Benefícios do mexilhão

Entre os principais benefícios do mexilhão, as condições de comércio são as mais favoráveis para o produtor. O molusco é conhecido pelo baixo custo e uma alta resistência às variações de temperatura da água, assim como de salinidade.

Além disso, os animais se desenvolvem facilmente e podem se reproduzir em todas as épocas do ano. Deste modo, o comércio de mexilhão no Brasil é considerado um ingresso rápido para a pecuária no ramo da aquicultura.

Curiosidade sobre os mexilhões

O molusco de origem asiática em o caráter de se desenvolver com muita facilidade. Deste modo, onde há piscicultura e rede para agrupar os peixes, os mexilhões conseguem se instalar com muita facilidade. Por este motivo, muitos produtores observam a ação de fixação dos mexilhões nas redes de criação de peixes como atividade invasora.

Além disso, dependendo da quantidade de moluscos na rede, pode impedir a passagem de ar pela rede e causar baixa resistência dos peixes que estão sendo desenvolvidos.

Outro ponto importante é que uma vez instalados nas redes de criação, o mexilhão se fixa de uma maneira muito forte. E por isso, após determinado tempo de desenvolvimento na criação, o momento da retirada dos peixes com a presença dos mexilhões pode machucar os animais e diminuir o preço de mercado do pescado. Por isso, uma tática muito utilizada por pecuaristas é a limpeza das redes regularmente com jatos de água de alta pressão para fazer com os mexilhões se soltem da rede.

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