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Agricultura

Pimenta-do-reino é versátil e muito popular na gastronomia mundial

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de pimenta-do-reino do mundo

Em se tratando da produção das diversas variantes de pimenta, o Brasil não figura nas primeiras posições de países produtores e exportadores, mas quando o assunto é pimenta-do-reino, a produção brasileira se destaca.

De origem indiana, a planta encontrou no Brasil condições perfeitas para a sua produção e rapidamente se espalhou pelo território, em especial nas regiões Nordeste e Sudeste. A pimenta-do-reino é usada principalmente como condimento. Contudo, também tem utilização para fins medicinais.

O que é pimenta-do-reino?

Pimenta-do-reino é uma planta trepadeira identificada no campo científico como Piper nigrum L. É uma planta originária da Índia e aportou em terras tupiniquins via colonização portuguesa.

Por ser uma espécie que prefere climas tropicais para seu desenvolvimento, encontrou condições perfeitas em nosso clima abundante de sol e terras férteis.

Muitos pensam que a pimenta-do-reino está na mesma categoria do gênero Capsicum, que são as pimentas que contêm capsaicina. Esse elemento é o principal, mas não o único responsável pelo ardor dessas frutas salgadas.

Mas não é o caso da pimenta-do-reino. O elemento que provoca o seu gosto ardido é a piperina. Não à toa é classificada como Piper.

Por isso, a pimenta-do-reino não está, por exemplo, ranqueada na escala Scoville, que tenta medir o quanto cada pimenta é ardida, pois se trata de um gênero diferente.

Produção e exportação no Brasil

O Brasil não está na lista dos principais consumidores de pimenta. Apesar de ser bastante popular entre os brasileiros, nem se compara com o México e a Índia, por exemplo.

E isso também se reflete na produção das pimentas do gênero Capsicum. Mas esse quadro se altera na produção e exportação de pimenta-do-reino.

Dados de 2016 mostram que o Brasil produziu 45 mil toneladas de pimenta-do-reino. Esse número cravou o país entre os 4 primeiros produtores da espécie no mundo.

Esses dados também ratificaram a posição do Brasil como um dos principais exportadores, pois 90% dessa produção é encaminhada para o comércio externo e somente os 10% restantes são direcionados para consumo interno.

Um dos principais estados produtores da pimenta-do-reino em nosso solo é o Pará. Estima-se que seja responsável por 60% a 70% da produção total anual.

Os benefícios da pimenta-do-reino

Claro que para os apreciadores de pimenta o grande atrativo está no tempero especial que acrescenta às refeições, contudo, a pimenta-do-reino não se resume ao campo gastronômico.

Muito dos benefícios da pimenta-do-reino relacionam-se com a área de bem-estar e saúde. Vejamos mais detalhes em seguida.

Absorção de nutrientes e sistema digestivo

A mencionada piperina, além de garantir o sabor ardido da pimenta-do-reino, também é responsável pela absorção de vários nutrientes. Consumir pimenta-do-reino será um ótimo recurso para auxiliar na digestão de alimentos, na redução de gases, azia e prisão de ventre.

Esse auxílio decorre por estimular enzimas digestivas. Um exemplo desse estímulo é o de provocar a secreção de ácido clorídrico no estômago, secreção que favorece a digestão.

Pimenta-do-reino emagrece

Uma característica de praticamente todos os tipos de pimenta é a de conter baixas calorias e o mesmo se aplica à pimenta-do-reino. Contudo, sua colaboração para a perda de peso não se resume a esse dado.

A pimenta-do-reino emagrece pois ajuda a quebrar as células de gordura. Essas células, uma vez quebradas, são processadas pelo corpo e inseridas em processos digestivos em vez de permanecerem armazenadas no organismo.

Mas não se engane. Não pense que apenas consumir a pimenta-do-reino será o bastante para notar diferenças palpáveis no seu corpo. Quando o assunto é emagrecer, não existe remédio mágico.

Todo processo de emagrecimento exige uma rotina de exercícios físicos e uma dieta balanceada. Por isso, encare a pimenta apenas como um complemento, um recurso extra para auxiliar na perda de peso.

O consumo excessivo de pimenta pode ocasionar a elevação da pressão arterial e da sudorese.

Favorece a memória

Há a suspeita, segundo alguns testes iniciais, de que a pimenta-do-reino e gêneros correlatos sejam capazes de estimular caminhos químicos do cérebro. Esse estímulo se daria por causa da piperina.

O setor no organismo que se beneficia com tal estímulo é o neurológico, a parte da memória, pois diminui o seu enfraquecimento.

Auxilia no tratamento de tosse e asma

Já foram detectadas, na pimenta-do-reino, propriedades anti-inflamatórias e antiexpectorantes. Essas propriedades não executam ações que aliviam os problemas derivados de tosse convulsa – também conhecida como coqueluche – e asma.

Contudo, é imprudente e ingênuo basear o tratamento dessas moléstias apenas no consumo de pimenta. Seria uma maravilha para os que gostam de uma comida bem temperada, mas a realidade é outra.

Além do perigo de ingerir quantidade excessiva e, com isso, ocasionar outros problemas, a medida não terá eficácia. Por quê? Porque a pimenta atua apenas como um agente auxiliar, não tendo capacidade de resolver um problema da magnitude de uma asma.

Então, não tem jeito: terá que ir ao médico para obter uma medicação. Depois, pode ganhar uma forcinha extra com uma comida gostosa.

Como plantar pimenta-do-reino

Se pretende saber como plantar pimenta-do-reino e reside no Brasil, já tem uma grande vantagem. Afinal, foi a qualidade de nosso solo e a característica de nosso clima um dos fatores da planta ter se reproduzido fácil e largamente por aqui. Portanto, é indispensável para fazer o plantio da semente contar com clima tropical e úmido.

Porém, se você mora em região não tão privilegiada de sol o ano inteiro, como a região Sul, o plantio seria inviável? Não, pois a pimenta-do-reino pode suportar clima que não seja inferior a 15 ºC e pode ser cultivada dentro de estufas climatizadas.

Mas esses são detalhes do clima. Como plantar pimenta-do-reino na prática? O que precisa ser feito ou evitado na hora de colocar a mão na terra?

Primeiro, reserve uma área para plantar exclusivamente a pimenta-do-reino, pois ela acaba prejudicando o crescimento de outras espécies que estejam sendo cultivadas ao seu redor ao longo do crescimento. Essa área deve receber luz solar direta ou ficar em sombra parcial.

O solo precisa ser bem drenado e o pH deve ficar entre 5,5 e 6,0. A irrigação precisa manter o solo sempre úmido, mas nunca encharcado.

O espaçamento entre as plantas tem que ser de 2 a 3 metros. Os ramos a serem usados para propagar a erva devem ter cerca de 1 cm de diâmetro e 25 a 50 cm de comprimento e pelo menos 3 nós.

Quando as mudas estiverem desenvolvidas, devem ser transferidas para o local definitivo. O tempo para a pimenta-do-reino desenvolver-se para ser realocada é de 3 a 4 meses.

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