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Meio Ambiente

Sustentabilidade é aspecto que deve ser levado em conta no mundo agro

Seguir normas de sustentabilidade é requisito cada vez mais indispensável para receber a aprovação dos consumidores e do mercado

Já completou mais de três décadas quando o termo “sustentabilidade” foi usado pela primeira vez relacionado a questões ambientais/econômicas. O crédito cabe a Gro Harlem, ex-primeira-ministra da Noruega, que o utilizou em seu livro “Our Common Future”.

Hoje o termo sustentabilidade é muito difundido e tem se tornado um critério importante para os consumidores na hora da escolha do consumo de determinados produtos. Mas apesar de ser usado com larga escala, nem todos conseguem ainda definir sobre o quê o termo trata exatamente e qual a sua importância para o futuro do planeta.

O que é sustentabilidade?

Sustentabilidade é o conceito que prega o desenvolvimento econômico sem sacrificar recursos importantes para o equilíbrio do planeta e para o desenvolvimento das gerações futuras. É a ideia de suprir as necessidades do presente sem interferir na qualidade de vida das próximas gerações.

Um exemplo prático de sustentabilidade é usar como matéria-prima árvores plantadas em zonas de reflorestamento. É uma prática sustentável porque garante a produção da mercadoria que mantém o negócio ativo sem ampliar o desmatamento. Desse modo, ambos os lados saem ganhando: o fator econômico por não precisa interromper a produção, e o ambiental por não sofrer novas devastações.

É uma ação que promove a perpetuação de um ciclo que preserva os interesses de determinado segmento junto aos interesses de toda uma coletividade. Coletividade que não se restringe somente ao presente, mas à preservação da qualidade de vida no planeta para o futuro.

Esses interesses da coletividade estão relacionados aos recursos naturais. Recursos que se originam da natureza e que são responsáveis pelo equilíbrio ecológico do planeta, pela estabilidade do clima, da qualidade do ar etc. São essenciais para a manutenção de condições mínimas de sobrevivência na Terra e que são insubstituíveis, ou seja, esgotáveis.

O problema é que muitos desses recursos são explorados para a produção de mercadorias que mantêm a roda da economia girando e abastecem a sociedade de consumo.

A exploração desses recursos tendo como único objetivo a lucratividade e nenhuma responsabilidade ambiental e social, por muito tempo, imperou na lógica dos processos industriais.

Porém, com o tempo, os efeitos desse consumo desenfreado e irresponsável começaram a se fazer sentir e acionar o alerta sobre as implicações dos prováveis agravamentos ao equilíbrio ambiental que a continuação dessa prática acarretará ao planeta.

Os pilares da sustentabilidade

Uma ação só é considerada sustentável dentro do contexto das relações de produção e consumo se atender alguns critérios.

Esses critérios são os pilares da sustentabilidade.

Ecologicamente correto (ou sustentabilidade ambiental)

Esse pilar baseia-se na ideia de respeitar a natureza, de não promover o desequilíbrio entre consumo de recursos naturais e o que devolvemos em troca à natureza.

Usar somente o necessário de água e energia é uma atitude de respeito, ecologicamente correta, por exemplo.

Água é um recurso fundamental para a sobrevivência, e é esgotável, logo, faz um bem para si próprio e para todos que não desperdice esse valioso recurso desnecessariamente.

Outra prática ecologicamente correta é evitar usar produtos que poluem a natureza. Exemplos são embalagens que demoram muito tempo para se decompor e produtos que emitem gases poluentes que afetam a camada de ozônio.

O exemplo dado acima, da extração de árvores em locais de reflorestamento, também cabe nesse pilar. Usa-se um recurso natural, em contrapartida, o recurso extraído será reposto para evitar mais desmatamento.

Economicamente viável (ou sustentabilidade econômica)

Ao contrário do que alguns podem pensar, a sustentabilidade não é contrária ao desenvolvimento econômico.

A economia é um setor fundamental para geração de oportunidades, ao acesso de recursos indispensáveis e consequentemente a sensação de bem-estar coletivo. Por isso, uma prática não é considerada sustentável se atender apenas o critério de respeito à natureza.

Talvez a melhor palavra que possa definir “sustentabilidade” seja “equilíbrio”. Sustentável passa pela ideia de que lados antagônicos possam se equilibrar, se sustentar, um colaborando para a existência do outro. Se a prática ambiental no fim das contas se demonstrar deficitária, o conceito de sustentável se quebra, pois apenas um dos lados se manterá estável.

A solução ambientalmente correta deve se mostrar viável, deve garantir a continuidade do projeto.

A sustentabilidade econômica não gera apenas desafios às empresas para encontrarem soluções sustentáveis. Também gera oportunidades de negócios que impactam positivamente tanto o lado econômico, com todas as suas consequências sociais, e o lado ambiental.

Um desses exemplos de oportunidade é a reciclagem. Pela necessidade de se reaproveitar materiais para evitar o acúmulo e a exploração ininterrupta de recursos, criou-se um mercado em que empresas trabalham diretamente com reciclagem. Ou seja, a prática sustentável criou um segmento de mercado, uma oportunidade de negócio.

A sustentabilidade econômica se caracteriza não só por trazer soluções ecológicas viáveis, mas também por fornecer vantagens.

Talvez o maior exemplo seja os das lâmpadas fluorescentes. Elas são mais eficientes que as lâmpadas tradicionais, pois proporcionam economia de 80% na conta de luz.

Socialmente justo

Outro pilar da sustentabilidade é a justiça social. O projeto de sustentabilidade deve ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. Isto é, a ação não pode promover desigualdade, excluir determinados segmentos em prol de benefícios de outros.

Podemos citar o uso de transportes públicos. A ideia de tirar centenas, milhares de veículos individuais que emitem gases poluentes para conduzir, em um único veículo, dezenas de pessoas, é uma ação sustentável. Porém, o transporte público precisa ser acessível para ser socialmente justo. Precisa fornecer condições de acesso a idosos e deficientes, por exemplo, pois sem tal acesso, esses grupos serão prejudicados.

A ação sustentável tem que se guiar pela ética social, igualdade de condições, pois não faz sentido desenvolver uma ação sustentável dirigida apenas para determinados grupos, pois é necessário a colaboração de todos para preservar os recursos naturais da Terra. Afinal, a Terra é a casa de toda a humanidade.

Culturalmente diverso

Por fim, o último pilar da sustentabilidade é a valorização da diversidade. A ação sustentável deve gerar benefícios para todos, ao mesmo tempo que necessita da colaboração de todos.

Portanto, para que uma ação seja classificada como uma prática de sustentabilidade, ela deve ser ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente diversa.

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