Agricultura

Debulhador de milho: quais suas funções nas atividades agrícolas

Debulhador de milho: quais suas funções nas atividades agrícolas

O debulhador de milho é um equipamento agrícola essencial ao produtor. Desse modo, a maior parte dos agricultores usa o debulhador de milho maquinário devido à sua rapidez e facilidade de manejo.

O debulhador de milho possui como função principal a separação de elementos da espiga de milho para o consumo.

  1. O que é debulhador de milho?
  2. Para que serve o debulhador de milho?
  3. Quais os cuidados com debulhador de milho?
  4. Curiosidades sobre o debulhador
  5. Produção de milho no Brasil
  6. Destino dos grãos do debulhador de milho
  7. Debulhador de milho manual
  8. O primeiro debulhador de milho (Denison)
  9. Como funciona o debulhador de milho?
  10. Benefícios do milho
  11. Tipos de milho
  12. Perspectivas-setor-milheiro
  13. Cidade do milho
  14. Escolha do debulhador de milho

Debulhador de milho

O que é debulhador de milho?

O debulhador de milho é um equipamento agrícola. Pode ser manual ou industrializado. Esta técnica é vista como semi-mecanizada, pois a colheita é feita de forma manual. A debulha – em grande maioria – é feita de forma mecânica.

Contudo, o mercado produtor já produz debulhadores de milho caseiros. Eles são feitos a partir de plástico resistente ou mesmo metal, para debulhar o alimento em menor quantidade.

Para que serve o debulhador de milho?

Existem dois tipos essenciais de debulhadeiras: a maquinaria e a manual (caseira). Ambas possuem a mesma função, da separação dos elementos da milho. No entanto, na versão industrial, o operador faz a separação do cereal direto para o ensacamento do produto. Enquanto, na versão caseira, o objetivo já está associado ao consumo imediato do milho.

A debulhadeira agrícola separa o cereal da palha do milho de seu sabugo. Mas, a maior diferença da máquina para a versão manual segue sendo a rapidez em que o operador realiza o processo.

Quais os cuidados com debulhador de milho?

Para que o produto seja melhor aproveitado, é importante que alguns cuidados sejam tomados ao longo do processo. Iniciar as atividades da máquina apenas quando sua rotação estiver ideal é uma precaução importante. Com isso, certamente se evita prejuízos à safra.

Outro caso é com a debulhadora acoplada ao trator. É necessário se atentar ao motor e o seu bom funcionamento. Caso sua rotação não esteja calibrada, então, há risco dos grãos serem lançados para a palha. Outra dica é jamais parar o debulhador no meio de seu processo. Isso pode danificar a máquina.

Curiosidades sobre o debulhador

Por outro lado, não é apenas o milho que pode ser debulhado. Existe também o processo de debulhar o trigo. Prática muito usada no mundo agrícola e que tomou notoriedade fora deste universo através da música brasileira ‘Cio da Terra’, do artista Milton Nascimento. Na letra, o cantor relata sobre o cotidiano da vida de um trabalhador rural e cita o processo.

O processo para se debulhar o trigo não é muito diferente do processo que envolve o milho. Em ambos, a colheita do cereal é necessária antes que se possa fazer o uso da ferramenta. E, também nos dois casos, o operador tem como objetivo utilizar o debulhador de milho para garantir que o seu consumo ou compra possa ser feito de maneira mais prática e agradável.

Produção de milho no Brasil

Bem como entender sobre o debulhador de milho, é importante conhecer um pouco mais sobre esse grão. As lavouras de milho, ao lado da produção de soja, contribuem com cerca de 80% da produção de grãos do país.

O Brasil é atualmente o terceiro maior produtor de milho do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e China, primeiro e segundo colocados, respectivamente. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) é a responsável pelo ranking.

Segundo o mais recente Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,7 milhão de estabelecimentos agropecuários produzem o milho em grão. A produção nacional ultrapassou a marca histórica de mais de 100 milhões de toneladas na safra de 2019.

Um terço da produção brasileira vem do Mato Grosso, que ostenta o título de estado que mais produz o grão. Em seguida, aparecem Paraná e Goiás. Ao todo, os produtores geram mais mais de 30 milhões de toneladas por ano apenas em solo mato‑grossense.

A produção de milho tem um papel importante na geração de empregos. Esse setor agrícola usa principalmente a mão-de-obra familiar para a sua produção e beneficiamento.

Destino dos grãos do debulhador de milho

A produção nacional do milho em grão tem dois destinos. Primeiro, para o consumo no estabelecimento rural. Ou seja, os próprios produtores produzem e consomem aquela porção. Eles destinam a maior parte para a alimentação dos animais. Isso, claro, sem contar o que fica para o consumo humano. Já a segunda destinação refere-se à comercialização do produto.

Geralmente, o cultivo é mecanizado com o uso de técnicas modernas de plantio e colheita. Os produtores de grão de milho são responsáveis por abastecer fábricas de rações e indústrias químicas. Eles também direcionam uma parte ao mercado de consumo in natura e exportações.

Para facilitar a obtenção do grão, então, os produtores usam o auxílio do debulhador de milho. Os operadores podem, dessa forma, fazer a colheita dos grãos de milho inteiros com maior eficiência dentro de um pequeno intervalo.

A debulha do milho pode ser feita de duas formas: manual e industrializada.

Debulhador de milho

Agricultura familiar

Os agricultores rurais são, geralmente, os responsáveis por utilizar o debulhador de milho manual. A agricultura familiar representa 23% de toda a produção agropecuária nacional, segundo o IBGE.

O FAO considera as práticas rurais familiares de suma importância no combate à pobreza. O setor movimenta mais de 100 bilhões de reais por ano.

A agricultura familiar varia entre pequenos e grandes latifúndios. Da mesma forma, está relacionado ao uso de tecnologias, das arcaicas às sofisticadas, manuais ou automáticas. O que se espera é que a ferramenta usada atenda as necessidades do produtor.

Para a produção do milho em grão, sem dúvida, o melhor utensílio é a debulhadora.

O emprego dessa máquina na agricultura familiar é uma solução simples, segura e eficiente para o processo de debulha de milho. Neste caso, o debulhador de milho manual é o mais recomendado.

Debulhador de milho manual

O responsável pela criação da ferramenta tinha como objetivo facilitar o trabalho de agricultores que necessitavam obter os grãos das espigas de milho de maneira mais dinâmica. Foi o americano Lester E. Denison, em 1839, que inventou a patente do primeiro equipamento com a finalidade de “descascar” o milho.

A premiação da medalha John Scott Legacy, na época, reconheceu o feito. O título é concedido a homens e mulheres cujas invenções melhoraram o conforto, bem-estar e felicidade da espécie humana de forma significativa.

O funcionamento do primeiro debulhador foi satisfatório porque as espigas foram jogadas fora e separadas de todos os grãos. Além disso, a energia necessária para manter o equipamento em ação era menor do que em muitas outras máquinas até então em uso.

As primeiras pessoas a receberam as medalhas John Scott eram ligadas à promoção da agricultura, atividade fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação até os dias de hoje.

Nomes famosos e importantes que contribuíram para evolução da sociedade figuram entre os vencedores do prêmio. Entre eles: Thomas Edison, Marie Curie, os irmãos Wright e Nikola Tesla.

O debulhador de Denison é operado a mão e a remoção dos grãos ocorre individualmente. No processo, a máquina puxa a espiga através de uma série de cilindros com dentes de metal de tal forma que faz os grãos serem despejados.

Este tipo de debulhador é feito tanto de metal como de plástico e muito procurado também na culinária de pequeno porte. Uma das vantagens, sem dúvida, é ser uma alternativa ao milho enlatado, que possui uma grande quantidade de conservantes em sua composição.

Para fazer o uso deste utensílio é preciso cozinhar a espiga para que os grãos se soltem com maior facilidade.

O primeiro debulhador de milho (Denison)

A peculiaridade do debulhador de milho de Denison consiste no modo de alimentar e reter as espigas de milho em contato com o cilindro de descasque. A alimentação é efetuada envolvendo o cilindro com uma caixa.

Essa caixa é formada por uma série de barras. Suas extremidades são encaixadas nas periferias de duas cabeças circulares. Assim, para o melhor funcionamento do sistema, o operador deve colocá-las a uma distância suficiente para permitir a entrada de uma espiga de milho entre elas. O diâmetro da caixa é tal que a haste apenas afasta os pinos ou dentes do cilindro de descasque dentro dela.

O cilindro e sua caixa giram em um centro comum, e na mesma direção, o cilindro faz cerca de dez voltas para uma das caixas.

Embaixo da caixa, há uma série de faixas de metal em torno da metade de sua circunferência e pressionadas contra a haste por molas espirais. Isso é dividido em seções independentes umas das outras. Desse modo, espigas de tamanhos diferentes podem permanecer no processo sem dificuldade.

As espigas de milho são então colocadas paralelas ao eixo do cilindro de descasque em uma tremonha com formato de funil fixada em um dos lados da máquina. À medida que o resto cilíndrico gira, uma orelha cai em cada espaço entre as barras e então é mantida em contato com o cilindro de descasque por pressão.

O grão descascado cai na máquina e a espiga é entregue no lado oposto da tremonha, após ter estado em contato com o cilindro por quatro ou cinco rotações.

Debulhador de milho

Como funciona o debulhador de milho?

Desde a invenção de Denison, o instrumento se tornou indispensável nas plantações dessa cultura no mundo todo. Outras patentes foram concedidas a máquinas similares, com melhorias em relação ao design original do inventor americano.

O funcionamento do debulhador manual é realizado com a espiga posicionada na parte superior. Com uma alavanca, o operador coloca o sabugo que se desloca de cima para baixo até que passe por inteiro pelo sistema de corte. Isso viabiliza a separação dos grãos e da espiga de forma rápida, precisa e segura.

Para maior rendimento na operação de debulha, a espiga precisa ter determinadas características. Em primeiro lugar, o operador considera os tamanhos de diâmetro e comprimento, bem como a profundidade dos grãos. Só para exemplificar, a debulhadora manual que atende às necessidades de pequenos e médios agricultores é capaz de descascar, em média, 300 espigas por hora.

Outra vantagem da debulhadeira manual está relacionada ao custo do equipamento. Existem poucos utensílios no comércio adequados às características dos produtores familiares. Além disso, muitos dessas máquinas são caras e apresentam capacidade de produção muito superior às necessidades dos pequenos agricultores familiares.

Benefícios do milho

O milho (Zea mays) é um cereal bem conhecido, principalmente o tipo pipoca, item bastante requisitado durante a quarentena provocada pela COVID-19. Acima da combinação perfeita de filme e pipoca, as pessoas ainda podem utilizar o milho de outras maneiras.

Devido às suas qualidades nutricionais, as pessoas utilizam o grão extensivamente tanto como alimento humano quanto para ração animal.

O milho puro ou como ingrediente de outros produtos é uma importante fonte energética. Enquanto a casca é rica em fibras, o grão de milho é constituído de carboidratos, proteínas e vitaminas do complexo B.

O milho contém vários sais minerais como ferro, fósforo, potássio e zinco. Ademais, outro benefício é o baixo potencial calórico e ainda possui grandes quantidades de açúcares e gorduras.

Tipos de milho

São cinco variedades de milho presente no mercado. O milho verde, por exemplo, geralmente é colhido com os grãos no estágio leitoso. Isso acontece até 25 dias após o aparecimento de “cabelos” de cor castanho claro no sabugo.

Todos os tipos podem ser usados no debulhador de milho.

  1. Milho pipoca: é o tipo mais popular. O grão é duro, miúdo e tem forma de gota. A coloração é laranja amarelado. As pessoas costumam prepará-lo como pipoca doce ou salgada;
  2. Milho verde: em contraste com o que parece, o grão é dentado e de cor amarela. Também é uniforme. As espigas são longas e cilíndricas e o sabugo é fino e claro. O mercado disponibiliza o milho verde de formas bem diversificadas, comercializando os grãos in natura, cozidos ou como ingredientes de outros alimentos;
  3. Milho branco: muito popular em festas juninas. Além disso, as pessoas utilizam esse milho para fazer canjica. Geralmente é misturado com leite, coco, leite condensado, leite de coco e açúcar;
  4. Milho doce: como o próprio nome sugere, o é grão adocicado e também de fácil digestão. O formato é arredondado e chato, de cor amarela;
  5. Milho dentado: tem grãos firmes e com bordas duras. Esse é o tipo mais produzido do mundo e usado para alimentação animal, principalmente de gado. Os indivíduos ainda podem usar esse tipo de milho para o preparo de xaropes e álcool.

Perspectivas do setor milheiro

O milho é o terceiro produto do campo que mais movimenta o agronegócio brasileiro. Para 2020, o setor espera movimentar R$ 75 bilhões. A projeção só fica atrás da soja (R$ 167 bilhões) e do boi gordo (R$ 101 bilhões), de acordo com estimativas do Ministério da Agricultura.

Sobre as exportações, as vendas do produto atingiram recordes de quase 50 milhões de toneladas. O faturamento com o grão foi de 7,2 bilhões de dólares.

Mas, a expectativa de produção na casa das 100 milhões de toneladas sofrerá ajustes ao longo dos próximos meses. Isso porque o cenário econômico de 2020 sugere uma série de interrogações que podem afetar de modo negativo o mercado do milho.

Segundo especialistas da Embrapa, a crise provocada pela COVID-19 tem afetado severamente vários setores da economia, inclusive a produção de combustíveis. Em consequência, a pandemia também deve afetar a produção do milho, assim como outras culturas.

Debulhador de milho

Cidade do milho

Sorriso, no Mato Grosso, faz jus ao nome. As pessoas conhecem o município de 90 mil habitantes como a capital nacional do agronegócio. Muito da fama vem pelo fato de ser o maior produtor individual de soja do mundo.

Em contrapartida, além da soja, Sorriso conta com a safra de milho mais produtiva do Brasil. De acordo com o IBGE, são quase três toneladas de milho por ano. Ao todo, o município conta com 490 mil hectares de cultivados.

Escolha do debulhador de milho

Os produtores de milho devem manter-se atentos aos cuidados com a plantação. Em outras palavras, nem mesmo o melhor debulhador de milho é capaz de recuperar lavouras sem boas condições. As pragas, por exemplo, podem causar sérios problemas ao milharal, como a cigarrinha do milho.

O inseto de cerca de cinco milímetros, de cor branco-palha, alimenta-se da seiva da planta de milho. Assim que a presença do inseto é identificada, é fundamental fazer o controle com o propósito de preservar a lavoura. O tratamento preventivo de sementes com inseticida também é uma medida eficaz que combate a cigarrinha do milho.

Outro fator que o produtor deve observar está relacionado às chuvas. As tecnologias disponíveis na atualidade ajudam o agricultor a fazer um planejamento mais adequado sobre as plantações. Todavia, o inesperado deve ser considerado quando se trata de tempo.

Durante seu ciclo, o milho precisa de uma precipitação média de 400 a 600 milímetros. A falta ou o excesso de chuva em determinadas fases do desenvolvimento da planta, sem dúvida, podem comprometer a produtividade final.

Grandes volumes de água podem trazer consequências danosas para o milho, visto que aqueles que estão em fase de reprodução são os que correm mais risco. A chuva pode lavar o pólen, o que impossibilita a polinização e fecundação.

Ainda sobre o excesso de chuvas, a falta de luminosidade influencia diretamente na produção usada no enchimento de grãos.

A planta de milho necessita também de temperaturas mais elevadas para o seu desenvolvimento. Quanto mais luz recebida, então, maior a composição do grão.

E, por fim, na hora de escolher o debulhador de milho, pesquise as melhores opções do mercado e certifique-se de que o modelo escolhido atende às suas necessidades.

ACESSO RÁPIDO
    Joana Gall
    Joana Gall é técnica em agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense e atua na pesquisa sobre as mulheres rurais de Camboriú, em Santa Catarina.

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